Orgulhosamente de Beja, leva aos palcos do mundo o melhor que o Alentejo tem para oferecer. Este jovem artista, de apenas 24 anos, canta com a alma na voz a música tradicional portuguesa. Conversámos com Buba Espinho para descobrir o seu fascínio pelo Alentejo e o seu percurso enquanto músico.
- Como é cantar em nome do Alentejo?
BE: Cantar em nome do Alentejo é fantástico. Levar na bagageira o povo, a cultura, o orgulho em ser alentejano, para cima de um palco, seja em Portugal, ou no estrangeiro é uma responsabilidade enorme. Mas é uma honra enorme. Tento representar da melhor forma tudo o que envolve o Alentejo.
- Quando começou a paixão pelo cante alentejano? E pelo fado?
O Cante Alentejano, aparece muito antes do meu nascimento. Está nos meus genes. O Cante e a música no geral. O meu bisavô era violinista, a minha avó paterna era pianista, o meu pai é músico e naturalmente teve muita influência em mim e no meu irmão que também é músico. Na adolescência, fundei o grupo coral Os Bubedanas, juntamente com mais 12 amigos. Desde aí que entrei em contato com a música e a indústria de uma forma mais profissional, até aos dias de hoje.
O Fado aparece mais tarde. Numa altura em que ambicionava fazer algo a nível individual. E o fado era o género com que mais me identificava e resolvi mudar-me para Lisboa e tentar a vida nas casas de fado. As coisas corriam bem, e resolvi participar na grande noite do fado de 2016 e acabei por vencer. Foi quase a confirmação que a aposta que tinha feito estava a dar resultado.
- Qual é a sensação de representar o Alentejo, ao lado de nomes como Rui Veloso, Ana Moura e António Zambujo?
É uma sensação ótima! É sinal que artistas de grande nome e de outros géneros admiram e valorizam o Cante. Estar ao lado deles e dar ainda mais voz ao Alentejo, em grandes palcos é maravilhoso! São momentos que ficarão eternizados na minha memória e que recordarei sempre com grande alegria e orgulho, em mim e no Cante.
Com o António Zambujo tem um gosto especial, porque somos da mesma cidade (Beja). Unir as nossas vozes em torno de uma moda alentejana, é sempre um momento emocionante.
- O que mais o apaixona no Alentejo?
Tudo me apaixona no Alentejo! As pessoas, os rios, as planícies, os animais, a gastronomia, o Cante! Somos um povo maravilhoso e que tem ainda muito para dar!
- Considera importante um jovem dar voz à cultura e tradição alentejana? Estão os jovens sensibilizados para tal?
Sem dúvida! O futuro tem sempre que ter uma ligação muito forte com o presente e o passado. Os jovens cada vez mais têm orgulho na sua terra, e no seu cante, e desde crianças que estão destinados a levar o Cante dentro de si. As gerações vindouras vão ser cruciais para colocar ainda mais o nome do Alentejo no lugar onde merece! Sinto que daqui para a frente o Alentejo e o Cante, viverão bons dias!
Eu, enquanto um dos representantes da nossa região, tudo farei para passar aos mais novos, os valores do que é ser alentejano.
- Sabemos que já provou os vinhos da Família Margaça. Tem algum favorito?
Sou fã da casta Touriga Nacional, e adoro o Touriga Nacional da Família Margaça. Também já tive a oportunidade de provar Talhão 37, que adorei! Gosto também de beber o Arinto, com um peixe grelhado. Os vinhos são TOP!